segunda-feira, 25 de agosto de 2014

                                         Autor e Obra

Hoje em dia vivemos em um mundo onde a beleza física é incensada. Revistas, redes de televisão, propagandas, tudo, enfim, exalta a beleza. Não vejo mal nenhum em ser bonito, ou apreciar pessoas belas. Mas o que me dói é o que isso se torna, a cada dia, um valor forte demais para apreciar uma pessoa. Frequentemente eu me assunto: porque avaliar uma pessoa, bonita ou feia, apenas por suas características físicas é, em ultima análise, olhar o ser humano como se olha um bicho de estimação. As pessoas tem muito mais a oferecer, e o grande tesouro está dentro delas.
Cada pessoa é um tesouro inestimável a ser descoberto. Apesar de já ter vivido um bom tempo, eu ainda me surpreendo com a capacidade que as pessoas têm de criar,renovar e sentir.
Foi por isso que escrevi este livro. Inspirado na história de Cyrano de Bergarac, quis, além de homenagear essa obra máxima do teatro universal, falar também daquilo que penso; a necessidade de buscar outros valores. Não só nos outros, mas também dentro de nós mesmos. O que é um nariz diante de toda a imensidão de pensamentos, sensações e conhecimentos que podemos desfrutar quando conhecemos a nós mesmos e quando nos interessamos de verdade por nossos amigos? Também quis falar da beleza de uma forma que, atualmente, nem sempre tem merecido atenção: a poesia. Uma boa poesia nos ensina, nos ajuda a refletir, a descobrir novos sentimentos. Quando temos afinidade com um poeta, é como se encontrássemos um amigo - seus versos nos dizem coisas importantes. A poesia é bonita por sí só. Ao ouvir o ritmo dos versos, as rimas, podemos ter tanto prazer quanto ao ouvir uma musica. Mas, como tantas coisas que valem a pena, é preciso aprender a descobrir essa beleza.
Um pouco de tudo isso é O menino narigudo. Um pouco dos poetas da lingua portuguesa, um pouco do susto de ter um nariz tão grande e um pouco da descoberta, que todos nós podemos fazer um dia, de que o mais importante é a beleza que está dentro de cada um. (Walcyr Carrasco)

Nenhum comentário:

Postar um comentário